TAL FELICIDADE: 1 de out. de 2009

Mínimo

A cor no quadro,
o verde da folha,

o perfume da chuva,

o formato da nuvem,

a lua perto,

a casa cheia,

água que aquece,
a volta,

abraço do pai,

perfume de casa,

colo de mãe

o sorriso largo,

o sabor,

a lembrança da infância,

a possibilidade de escolha,

o simples,

o velho casaco,

chazinho quente,

o silêncio qua há no vão,

o eco da incerteza que assusta,

o valor as minúcias,

detalhe fazendo toda a diferença!

Fui à Terra

Eu fui para lá,

e só vi mentes engessadas,

acredita que lá,

as pessoas gastam toda sua saúde!,

acordam antes do sol nascer e fazem do seu dia um grande estafo,
e se trancam em uma caixa que chamam de trabalho,

ah!, se bem que esse é o nome,

se sacrificam tanto,

quem tem filho nem aprecia a beleza de vê-los crescer,

todos em busca de níquel,

Nossa!, e tudo para terem a melhor lata,

quer dizer o melhor carro,

eles nem ligam em olhar para o céu,

só reclamam do tempo,

da roupa, de tudo ...

tudo se reduz ao cinza,

desistiram do que mais tem

de especial

a arte do raciocínio,

tudo se reduz ao metal,

desconfio que até mesmo o coração!

coitados, pobres humanos...

câmbio desligo!

Há tanto,
que o que é acaba por não ser,
se é que me entende,
entenda
eu fui e descobri
que tentar escapar de si, não dura muito
é frágil, tal qual o breve espaço que temos entre
o ínicio e o fim,
entre o ir e voltar,
não estou falando em conformismo e sim em
auto confiança,
certeza,
fé.

A Clarice está certa !

Assim dizia Clarice: "... o que quero ainda não tem nome".
Ah, mulher que fala por mim!
qual nome se dá quando
a gente come pizza com a mão ?
e quando come brigadeiro na panela?
que palavra define a sensação de se sentir amado?
e andar descalço pela praia?
e rir até chorar? qual o nome desse sentimento?
e meu sobrinho dizendo que me ama,
e a chuva que bate em meu rosto,
e a saudade de quem se foi?,
que nome é esse,
ah, meu caro, quanto a Clarice ...
eu concordo com Ela!